Putin reconhece independência de duas áreas separatistas da Ucrânia

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, reconheceu a independência de duas áreas separatistas da Ucrânia. O anúncio foi feito através de um pronunciamento televisionado na tarde desta segunda-feira (21).

“Considero necessário tomar uma decisão muito atrasada: reconhecer imediatamente a independência e a soberania da República Popular de Donetsk e da República Popular de Luhansk”, disse Putin.

O presidente russo pediu à Assembleia Federal que apoie a decisão e, em seguida, ratifique os tratados de amizade e assistência mútua com ambas as repúblicas.

“E daqueles que tomaram e detêm o poder em Kiev, exigimos o fim imediato das hostilidades. Caso contrário, toda a responsabilidade pela possível continuação do derramamento de sangue será inteiramente da consciência do regime que governa o território da Ucrânia”, continuou ele.

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Antes de assinar o documento com a decisão e acordos de cooperação com as autodeclaradas repúblicas, ele afirmou mais uma vez que a situação no Leste da Ucrânia é crítica e que o país é parte da história da Rússia.

Durante o discurso, Putin também disse que a Ucrânia não conseguiu independência sozinha, mas que isso aconteceu pelo desmembramento da União Soviética.

Mapa da Ucrânia
Mapa da Ucrânia e regiões de Donetsk e Luhansk / Reprodução/CNN (21.fev.2022)

“É importante entender que a Ucrânia nunca teve uma tradição consistente de ser uma nação de verdade. Começaram a copiar modelos estrangeiros que não faziam parte de sua cultura”, disse o presidente russo.

Durante o discurso, Putin citou diversos momentos da história da União Soviética e da Ucrânia e complementou que “oligarcas gananciosos dividem a Ucrânia”, com líderes corruptos que “embolsam dinheiro em detrimento do povo”.”Vamos começar com o fato de que a Ucrânia moderna foi inteiramente criada pela Rússia, mais precisamente, pelos bolcheviques, a Rússia comunista. Esse processo começou quase imediatamente após a revolução de 1917″, disse.https://www.youtube.com/embed/pr1QEG5uWj4?embed_config=%7B%22adsConfig%22%3A%7B%22adTagParameters%22%3A%7B%22iu%22%3A%22%2F21920083859%2Fweb%2Finternacional%22%7D%7D%2C%22relatedChannels%22%3A%5B%22UC6WLCEXdr_IU4DB5V7sPkzw%22%2C%22UC7f35v8GI1O_f6x2PfeOutQ%22%2C%22UCbrVBUVa2bwYRofc-lVeAnA%22%5D%7D&enablejsapi=1

Ele complementou dizendo que o país do Leste Europeu é uma “marionete dos EUA” e que, junto à Otan, transformaram a Ucrânia em um teatro de guerra.

O presidente da Rússia acusou ainda a Ucrânia de planejar criar suas próprias armas nucleares. “Se a Ucrânia tiver armas de destruição em massa, a situação global mudará drasticamente, não podemos ignorar isso”, disse.

Uma das principais questões para a Rússia é a expansão da Otan. Putin afirmou que a Ucrânia se juntar ao bloco é uma ameaça e que foram igonoradas as preocupações de segurança levantadas por ele.

Horas mais tarde, a agência de notícias Reuters disse que Putin ordenou que seu Ministério da Defesa envie forças de paz russas para as regiões separatistas.

Repercussão internacional

Logo após a assinatura do documento que reconhece a independência das regiões de Luhansk e Donetsk, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, disse que será necessário “aplicar o máximo de pressão contra a Rússia”.

“Está ficando claro que precisaremos começar a aplicar o máximo de pressão possível, porque é difícil ver como essa situação melhora”, afirmou Johnson em coletiva de imprensa.

“Isso é claramente uma violação do Direito Internacional. É uma violação, uma violação flagrante da soberania e integridade da Ucrânia”, complementou.

A ministra das Relações Exteriores britânica, Liz Truss, disse que sanções serão anunciadas nesta terça-feira (22), algo que, segundo ela, foi acordado com Josep Borrell, representante de Relações Exteriores da União Europeia.https://platform.twitter.com/embed/Tweet.html?dnt=false&embedId=twitter-widget-0&features=eyJ0ZndfZXhwZXJpbWVudHNfY29va2llX2V4cGlyYXRpb24iOnsiYnVja2V0IjoxMjA5NjAwLCJ2ZXJzaW9uIjpudWxsfSwidGZ3X2hvcml6b25fdHdlZXRfZW1iZWRfOTU1NSI6eyJidWNrZXQiOiJodGUiLCJ2ZXJzaW9uIjpudWxsfSwidGZ3X3NwYWNlX2NhcmQiOnsiYnVja2V0Ijoib2ZmIiwidmVyc2lvbiI6bnVsbH19&frame=false&hideCard=false&hideThread=false&id=1495867739201757186&lang=pt&origin=https%3A%2F%2Fwww.cnnbrasil.com.br%2Finternacional%2Fputin-faz-discurso-sobre-situacao-na-ucrania%2F&sessionId=36cadb1dac57b4f47ee24f1d013ae568fb88bb51&siteScreenName=CNNBrasil&theme=light&widgetsVersion=2582c61%3A1645036219416&width=550px

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, conversou com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, após o discurso de Putin. Ele também informou que planeja falar com Boris Johnson e que convocou uma o conselho de segurança e defesa nacional.

Jen Psaki, porta-voz da Casa Branca, afirmou que Biden “emitirá em breve uma ordem executiva que proibirá novos investimentos, comércio e financiamento dos EUA nas chamadas regiões DNR e LNR da Ucrânia”.

O presidente dos EUA também conversou por telefone com o chanceler alemão, Olaf Scholz, e com Emmanuel Macron, presidente da França.

Macron, por sua vez, disse no Twitter que “a Rússia está violando seus compromissos e minando a soberania da Ucrânia” e que convocou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU e sanções por parte dos países da Europa.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que o ato é “uma violação flagrante do direito internacional, da integridade territorial da Ucrânia e dos acordos de Minsk” e que o bloco e seus parceiros vão “reagir com firmeza, união e determinação em solidariedade à Ucrânia”.https://platform.twitter.com/embed/Tweet.html?dnt=false&embedId=twitter-widget-1&features=eyJ0ZndfZXhwZXJpbWVudHNfY29va2llX2V4cGlyYXRpb24iOnsiYnVja2V0IjoxMjA5NjAwLCJ2ZXJzaW9uIjpudWxsfSwidGZ3X2hvcml6b25fdHdlZXRfZW1iZWRfOTU1NSI6eyJidWNrZXQiOiJodGUiLCJ2ZXJzaW9uIjpudWxsfSwidGZ3X3NwYWNlX2NhcmQiOnsiYnVja2V0Ijoib2ZmIiwidmVyc2lvbiI6bnVsbH19&frame=false&hideCard=false&hideThread=false&id=1495846146824183816&lang=pt&origin=https%3A%2F%2Fwww.cnnbrasil.com.br%2Finternacional%2Fputin-faz-discurso-sobre-situacao-na-ucrania%2F&sessionId=36cadb1dac57b4f47ee24f1d013ae568fb88bb51&siteScreenName=CNNBrasil&theme=light&widgetsVersion=2582c61%3A1645036219416&width=550px

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, condenou o reconhecimento da independência das duas repúblicas. “Isso corrói os esforços para resolver o conflito e viola os acordos de Minsk. A Otan apoia a soberania e a integridade territorial da Ucrânia. Instamos Moscou a parar de alimentar conflitos e escolher a diplomacia”, pontuou.

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