Nos 5 anos da morte de Belchior, entenda porque os jovens redescobriram o músico

Image source - Pexels.com

Este sábado, 30 de abril, marca os cinco anos da morte de Antonio Carlos Belchior, cantor cearense envolvido em diversas polêmicas sobre seu desaparecimento e conhecido por escrever músicas de cunho social, que questionavam os anos 1970.

Nos últimos anos, suas músicas foram redescobertas por uma nova geração de fãs, principalmente após a interpretação de artistas como Los Hermanos e Emicida, a volta do Vinil e o contexto político-econômico atual.

É o que dizem especialistas ouvidos pela CNN.

O professor Ivan Vilela, da Universidade de São Paulo (USP), acredita que todas as músicas do disco “Alucinação”, lançado em 1976, se destacam porque, à época, ele era um jovem nordestino inconformado com o preconceito e com dificuldades de aceitar “a realidade opressora de uma elite que oprime historicamente as classes subalternas”. Vilela afirma que Belchior propunha mudanças para o mundo.

“Tanto que, em sua música ‘Apenas Um Rapaz Latino-Americano’, ele questiona o posicionamento de Caetano Veloso achar tudo maravilhoso no Brasil, quando diz: ‘Mas trago de cabeça uma canção do rádio; em que um antigo compositor baiano me dizia; tudo é divino tudo é maravilhoso’”.

Belchior, que morreu no dia 30 de abril de 2017, aos 70 anos, deixou uma extensa trajetória musical, com dezoito discos lançados. Confira abaixo, uma lista de motivos que tentam analisar o porquê que Belchior não desapareceu do imaginário e dos ouvidos dos jovens.
Demanda da sociedade

Para o professor Paulo Niccoli, da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), o cantor é um grande representante da cultura popular brasileira e tem em suas raízes canções que buscam abraçar demandas da sociedade que, consequentemente, reverberam a um engajamento político.

“Belchior reaparece em um momento em que passamos por muitas mazelas, que se intensificaram na pandemia”, diz. Ele cita como exemplo a alta taxa de desemprego, além dos casos de racismo e homofobia.

“A cultura popular [assim como as músicas do cantor cearense] tem uma memória e um censo crítico de não aceitar a realidade”, diz o professor, que afirma que Belchior é utilizado como “instrumento por movimentos sociais para angariar ambições políticas”.

Na mesma linha, o professor Ivan Vilela declara que as músicas do cantor continuam mostrando temas atuais. “Mesmo ele sendo dos anos 1970, o tempo passou e nós só incorporamos tecnologia: a mentalidade é a mesma. Então, sempre será interessante. Ele (Belchior) fala de coisas que são necessárias”.

“A música popular tem essa característica cronista de narrar a realidade.”

Artigo Relacionados

Você se interessa nisso também?

Headline

Never Miss A Story

Get our Weekly recap with the latest news, articles and resources.
Cookie policy
We use our own and third party cookies to allow us to understand how the site is used and to support our marketing campaigns.

Hot daily news right into your inbox.