Estado inicia nova fase do programa que transforma pesquisas em novos produtos

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O Governo do Paraná divulgou os nomes de 35 pesquisadores que avançam para a segunda fase da edição de 2025 do programa de Propriedade Intelectual com Foco no Mercado (Prime). A iniciativa busca transformar o resultado de pesquisas em novos produtos, serviços e negócios. A partir desta quarta-feira (13), os participantes selecionados retomam as atividades de formação empreendedora iniciadas em maio deste ano, incluindo agora workshops sobre transferência de tecnologia e aspectos jurídicos e mentorias alinhadas ao mercado.

A primeira fase da edição 2025 contou com mais de 120 inscrições. Foi uma etapa de capacitação composta por nove workshops e sessões de bate-papo de mercado (mentoria coletiva), finalizando com uma banca de seleção para a segunda fase.

Nesta segunda etapa, ao término dos conteúdos, uma banca de avaliação técnica vai escolher dez finalistas para a última etapa da edição. Esse grupo receberá um aporte individual de R$ 200 mil do Estado, totalizando R$ 2 milhões, para viabilizar o desenvolvimento e a implementação dos projetos. Os recursos são do Fundo Paraná de fomento científico e tecnológico, uma dotação constitucional administrada pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), pasta responsável pelas atividades do Prime.

PROJETOS – Dos projetos selecionados para a segunda fase, 33 são desenvolvidos em nove instituições de ensino superior, sendo a maioria nas áreas de agricultura e agronegócios, biotecnologia e saúde, cidades inteligentes e energias renováveis. Os outros dois projetos são de pesquisadores ligados ao Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) e ao Instituto de Desenvolvimento Rural (IDR), ambos vinculados à estrutura do Estado, na Seti e na Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), respectivamente.

Entre os projetos está uma tecnologia que propõe transformar resíduos da agroindústria, como bagaço de laranja e cascas de aveia e de soja, em material com alta capacidade de retenção de umidade no solo, potencial de biodegradação controlada e estímulo ao crescimento das plantas. Utilizando uma espécie de fungo, o processamento dos resíduos resulta em um substrato para o cultivo de plantas, que pode ser aplicado em lavouras de milho e soja, assegurando eficiência hídrica, regeneração do solo e redução de plásticos e insumos químicos.

A iniciativa é liderada pela estudante de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Leticia Fernandes Gonçalves, que destaca a importância de aproximar a pesquisa científica de demandas do mercado. “Por meio das formações e mentorias conseguimos transformar o conhecimento desenvolvido no laboratório em soluções práticas, estimular a inovação, gerar oportunidades de negócio, registrar tecnologias e incentivar cada vez mais o desenvolvimento de novas soluções para atender necessidades do consumidor final”, afirma.

Outra inovação em fase de testes é um sistema integrado de gestão de águas das chuvas, que combina sensores de vazão com barreiras modulares para reter detritos antes de seguirem os cursos de água e chegarem aos córregos, rios e lagos. Com capacidade de adaptação a diferentes escalas, a solução atua simultaneamente na drenagem preventiva e na proteção da infraestrutura urbana, contribuindo para reduzir enchentes e alagamentos de ruas e para evitar entupimentos de bueiros e galerias pluviais. O sistema demonstra eficácia de 50% em relação à redução de resíduos.

A pesquisa é desenvolvida pelo estudante de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Urbana da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Bruno Henrique Pereira Pinto. “Com o apoio do Prime, conseguimos levar soluções acadêmicas para o dia a dia da população, transformando pesquisas em benefícios reais para a sociedade, o que antes parecia distante no mundo das teorias”, enfatiza. “É um programa que, junto com outras iniciativas governamentais, fortalece a ponte entre a universidade e as demandas práticas do país”.

BALANÇO ­– O Prime é coordenado pela Seti e a Fundação Araucária, em parceria com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Paraná (Sebrae/PR). Desde 2021, o programa já beneficiou cerca de 370 pesquisadores com conteúdo voltado à formação empreendedora. Somente em 2025, a primeira etapa contou com 120 participantes. Em 2023, cinco finalistas passaram a receber o aporte de R$ 200 mil. No ano passado, dez finalistas receberam para apoiar o desenvolvimento de seus projetos.

INTERIORIZAÇÃO – Os projetos selecionados para a segunda fase do Prime 2025 estão distribuídos entre Curitiba e 11 cidades de sete regiões do Paraná. São três pesquisadores da Capital; 12 de Maringá e Umuarama, no Noroeste; sete de Londrina e Cornélio Procópio, no Norte; dois de Cascavel e Foz do Iguaçu, no Oeste; três de Apucarana e Ivaiporã, no Vale do Ivaí; seis de Ponta Grossa, nos Campos Gerais; um de Dois Vizinhos, no Sudoeste; e um de Guarapuava, no Centro-Sul do Estado.

“Essa capilaridade reforça a interiorização estratégica das ações de ciência e tecnologia do governo estadual, demonstrando a importância de democratizar a inovação e fortalecer o desenvolvimento regional de forma equilibrada”, afirma o diretor de Ciência e Tecnologia da Seti, Marcos Aurélio Pelegrina. “Nesse cenário, a abrangência do Prime em diferentes localidades demonstra a capacidade do programa de gerar impacto em polos além da Capital, integrando todo o Estado em uma rede de conhecimento e oportunidades”, enfatiza o gestor.

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